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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Texto Pedagógico:

Como abordar o tema da Avaliação da Aprendizagem
Parte II

            Na parte I, foi abordado um aspecto da avaliação relacionado às imagens, informações e opiniões negativas do processo avaliativo, tanto do ponto de vista de quem é avaliado como daquele que avalia, com o objetivo de refletir sobre elas e reconstruir mesmo de forma simples uma concepção diferente de avaliação. Foi ainda indicada a leitura de um texto para conhecer os tipos de avaliação, enfatizando a Formativa ou Processual.
            Nesta parte II, é importante pensar sobre alguns critérios de avaliação da aprendizagem necessários para que a forma de avaliar seja transformadora. Para tanto, utilizarei uma história de Contos de Fada. Não pense que será uma abordagem infantil! Elementos simples e pequenos podem nos levar a grandes e importantes reflexões. Vejamos!
Na História de Branca de Neve, a rainha possuía um espelho mágico para o qual costumava  perguntar:

“- Espelho, espelho meu, tem alguém mais bela do que eu?
E o espelho respondia:
- Não há no mundo mais bela do que vós, rainha.
E a rainha ficava feliz por saber que o que o espelho falava era a mais pura verdade”(Irmãos Grimm).

            Esta é a história que conhecemos. Uma pergunta e sempre a mesma resposta. Uma pergunta e uma abordagem unilateral do processo avaliativo, sempre do mesmo ponto de vista, que não faz mágica na avaliação da aprendizagem!
            Mas, conheçam este outro texto!

ESPELHO, ESPELHO MEU...
“Era uma vez... Uma rainha que vivia em um grande castelo. Ela tinha uma varinha mágica que fazia as pessoas ficarem bonitas ou feias, alegres ou tristes, vitoriosas ou fracassadas. Como todas as rainhas, ela também tinha um espelho mágico. Um dia, querendo avaliar sua beleza também, ela perguntou ao espelho:
            - Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?
            O espelho olhou bem para ela e respondeu:
             - Minha rainha, os tempos estão mudados. Esta não é uma resposta assim tão simples. Hoje em dia, para responder a sua pergunta eu preciso de alguns elementos mais claros.
 Atônita, a rainha não sabia o que dizer. Só lhe ocorreu perguntar:
 - Como assim?
- Veja bem, respondeu o espelho. Em primeiro lugar, preciso saber por que Vossa Majestade fez essa pergunta. Pretende apenas levantar dados sobre o seu ibope no castelo? Pretende examinar seu nível de beleza, comparando-o com o de outras pessoas, ou sua avaliação visa ao desenvolvimento de sua própria beleza, sem nenhum critério externo? É uma avaliação considerando a norma ou critérios predeterminados? De toda forma, é preciso, ainda, que Vossa Majestade me diga se pretende fazer uma classificação dos resultados.
E continuou o espelho:
 - Além disso, eu preciso que Vossa Majestade me diga com que base devo fazer essa avaliação. Devo considerar o peso, a altura, a cor dos olhos, o conjunto? Quem devo consultar para fazer essa análise? Por exemplo: se consultar somente os moradores do castelo, vou ter uma resposta. Entre a turma da copa ou mesmo entre os anões, a Branca de Neve ganha estourado. Mas, se perguntar aos seus conselheiros, acho que minha rainha terá o primeiro lugar.
Depois, ainda tem o seguinte, continuou o espelho:
 - Como vou fazer essa avaliação? Devo utilizar análises continuadas? Posso utilizar uma prova para verificar o grau dessa beleza? Utilizo a observação?
Finalmente conclui o espelho:
- Será que estou sendo justo? Tantos são os pontos a considerar...”
(Adaptado de PATTON, Michael Quinn. Utilization-Facused Evaluation. Londres: Sage Pub, 1997, p. 45-46)

Este texto apresenta a mesma pergunta da história original, porém traz uma novidade para avaliar a rainha, afirmando logo no início que os tempos mudaram, apontando que há necessidade de novos critérios para a avaliação: Elementos claros, Dados comparativos, Análise continuada, Observação, Provas, Intenção da avaliação, Atores envolvidos na avaliação.
Por que observar estes elementos? O professor não tem espelho mágico nem varinha mágica, mas deve ficar atento ao que se passa no processo de ensino e aprendizagem, da mesma forma que o espelho fez ao escutar a pergunta da rainha “O espelho olhou bem para ela” para poder responder.
Enfim, para que o processo avaliativo aconteça a contento, é importante que se estabeleça quais critérios de avaliação serão contemplados, além é claro de uma concepção transformadora de avaliar.  Daí a necessidade de reunir os professores para analisar e decidir conjuntamente que elementos serão utilizados na avaliação na EBD.

Por Sulamita Macedo.

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