Discipulando – 4º. Ciclo: Portando uma nova identidade
Lição 11: Não julgue o próximo, para
que não sejas julgado
1 - Antes de abordar o
tema da aula, é interessante que vocês mantenham uma conversa informal e rápida
com os alunos:
- Cumprimentem os
alunos.
- Perguntem como
passaram a semana.
- Escutem atentamente o
que eles falam.
- Observem se há alguém
necessitando de uma conversa e/ou oração.
- Verifiquem se há
alunos novatos e/ou visitantes e apresentem cada um.
2 – Agora, trabalhem o
conteúdo da lição. Vejam as sugestões abaixo:
Vocês já sabem que a aula
expositiva ou Preleção é um método que está centralizado na oralidade por
parte do professor. Entretanto, esta unilateralidade da exposição não é boa,
tendo em vista que somente o professor fala e os alunos escutam, escutam,
escutam... tendem a se dispersar e a aprendizagem fica comprometida.
Por isso, recomendo que
vocês, busquem a participação dos alunos nas aulas.
Para isso é importante
que você apresente estratégias que estimule a participação dos alunos, valorize
o conteúdo, reforce as aplicações e facilite a aprendizagem. Portanto, para não
perder de vista o alvo da lição, use a criatividade, apresente domínio da
matéria e observe se os alunos estão entendendo o assunto. Só assim você saberá
adaptar as sugestões apresentadas aqui.
- Apresentem o título da
lição: Não julgue o próximo, para que não sejas julgado, escrevendo no quadro
branco. Utilizem marcador específico para quadro branco.
Quadro branco e marcador de quadro branco são recursos didáticos.
- Posteriormente, trabalhem o
conteúdo da lição. Lembrem-se de que
vocês devem oportunizar a participação do aluno, envolvendo-o através de
exemplos e situações próprias de sua idade. Dessa forma, vocês estão contextualizando
o tema com a vida do aluno, além de promover uma aprendizagem mais
significativa.
- Para ilustrar o tema,
apliquem a dinâmica “O Caso Miguel”.
Tenham uma excelente e
produtiva aula!
Dinâmica: O Caso Miguel
Objetivo:
Exemplificar através de uma
história o mau julgamento que fazemos dos outros.
Material:
07 pessoas para ler o relato
sobre Miguel: padeiro(Manoel), a mãe, o trocador do ônibus, o vendedor da
lanchonete, o porteiro, o faxineiro e Miguel
02 cópias do texto “O Caso de
Miguel”(postado no procedimento). O1 cópia deverá ser cortada, separando a fala
de cada personagem. A outra deve ficar com o professor.
01 quadro ou 01 cartolina
01 marcador para quadro branco ou um pincel atômico
Procedimento:
- Escolham 07 pessoas para ler
o relato sobre Miguel: padeiro(Manoel), a mãe, o trocador do ônibus, o vendedor
da lanchonete, o porteiro, o faxineiro e Miguel.
- Coloquem uma identificação
em cada pessoa com o nome do personagem que vai representar.
- Entreguem para cada
personagem a parte do texto que se refere ao que ele deve ler.
Estas partes devem estar
numeradas de 01 a 07, para que eles saibam qual sua vez de falar.
- Falem para a turma: Vamos
escutar o que estas pessoas pensam e falam sobre Miguel.
- Após o relato de cada
personagem, perguntem para a turma.
Quem é Miguel de acordo com o
que acabamos de escutar?
Miguel é muito problemático?
O que está acontecendo com
Miguel?
- Façam um pequeno relato
sobre quem é Miguel do ponto de vista da turma, utilizando o quadro ou uma
cartolina.
- Por fim, Miguel deve ler sua
parte.
- Para concluir, perguntem:
Depois de apresentar a versão
de Miguel para os fatos, perguntem qual a razão das pessoas terem uma visão
diferente de Miguel?
Aguardem as respostas.
- Depois, questionem: Nós
também estamos julgando as pessoas? Somos também julgados?
- Para finalizar, falem que é
muito precipitado julgar os outros pela aparência, pelas atitudes. A Bíblia
condena esta prática.
Por Sulamita Macedo.
Texto
da dinâmica
Caso
Miguel
Relato do padeiro:
Esse menino não é muito certo
da bola não. Ás vezes, cumprimenta a gente, outras vezes parece que nunca me
viu. Tem dias até que puxa um dedinho de prosa comigo, e ainda faz comentários
do jogo da véspera. Quando procuro por ele, para continuar o assunto, já não
está mais lá. Ontem chegou aqui de cara amarrada, com os olhos vermelhos!…
Não sei, não!… Acho que ele se
droga…
Pediu 1 litro de leite e 2
pãezinhos e se mandou. Ele é muito esquisito!!! Coitada da mãe dele!!! Deve sofrer!!!
Relato da mãe:
Naquela manhã, Miguel acordou
cedo, não quis tomar café. Nem ligou para o bolo que eu havia feito
especialmente para ele. Não quis vestir o casaco que eu lhe dei. Disse que
estava com pressa e reagiu com impaciência aos meus pedidos para que se
alimentasse e se agasalhasse! Ele continua uma criança que precisa de cuidados
o tempo todo. Ele já tem 14 anos, mas não tem noção do que é bom para ele.
Relato do Trocador de Ônibus:
Naquela manhã de sábado,
entrou no ônibus um rapaz com toda a pinta de pivete. Cara fechada, de mal com
o mundo, meio nervoso. Fiquei de olho nele, esperando que assaltasse alguém.
Levava uma sacola de plástico com, provavelmente, aquilo que ele já havia
roubado antes. Olhava o tempo todo para o relógio, como se estivesse admirando
o que roubou. Essa juventude de hoje!!! O mundo está mesmo perdido!!! Fiquei
aliviado quando ele desceu, sem ter conseguido assaltar ninguém. Também
pudera!!! Ele sentia que eu estava o tempo todo de olho nele!!!
O vendedor da lanchonete:
Logo de manhã, apareceu um
garoto quando ainda estávamos abrindo a loja… Parecia um doido!! Queria, por
que queria, que tudo parasse e ele fosse logo atendido. Queria o hambúrguer
para ontem!!! Ora, bolas! Como se eu fosse o empregado dele! Não era muito
normal, não! Ficava andando de um lado para o outro, olhando o relógio, falando
sozinho…!
O porteiro:
Esse garoto está sempre
afobado! Fala com a gente e mastiga o sanduíche ao mesmo tempo!! Engraçado que
está sempre atrás do mesmo garoto! “Cadê o Zé? Você viu o Zé? Pra onde foi o
Zé?” Ihh, não sei não! Parece coisa de boiola, sempre atrás de homem!
Relato do faxineiro:
Ah! Eu sabia! Não é de hoje
que eu desconfiava desse pilantra!! Peguei ele no flagra!!!
Desde que me falaram que tem
gente roubando coisas no vestiário, eu fiquei de olho, né? Ninguém presta
atenção num faxineiro… Então fica mais fácil, e não deu outra!
Como quem não quer nada, eu
estava lá enrolando na limpeza do vestiário, varrendo, mas prestando muita
atenção no movimento. Foi quando entrou aquele garoto, olhando para todos os
lados, mais para ver se alguém podia ver o que ele ia fazer… Para ele, eu não
existia, seu olhar passava direto por mim. Quando ele tirou as chuteiras
roubadas do saco plástico, eu não tive dúvida! Botei a boca no trombone,
comecei a gritar!!!
Socorro, ladrão!! Pega ladrão,
pega ladrão!!!
Versão do Miguel:
Eu só penso em futebol. Fico
pensando, a semana inteira, nas peladas do final de semana, nos treinos que eu
assisto, do meu timão do coração, lá na Gávea. Zico é o meu maior ídolo! Tu não
sabe o que aconteceu, ontem, lá na Gávea, meu amigo Zé veio me avisar que o
próprio Zico estaria lá, no dia seguinte, testando a galera para formar como
jogador de futebol no seu time. Fique logo bolado e lógico que eu queria ser
testado também, né!? Perguntei pro Zé se eu podia comparecer e ele disse que
era só chegar com chuteiras, (óbvio), cópia da certidão de nascimento e 1
retrato. E, principalmente que chegasse na hora certa, sem me atrasar, por que
o Zico é rigoroso pacas quanto ao horário.
Meu irmão, nem dormi direito
esta noite. Acho que era ansiedade, dormi mal pra caramba!!! Fique só pensando,
imagina, ver o Zico de perto, jogar bola com ele, isso é meu sonho! Muito show,
imagina só, você não está entendendo, o Zico como meu treinador, isso é demais!
Ao me levantar, depois de uma
noite horrível, fui comprar o leite e o pão para a mamãe. Detesto chegar na
birosca do Seu Manoel e ver, sempre, aquela gente bebendo desde de manhã. Acho
até que nem foram pra casa dormir ainda! Quando eu chego lá e esse pessoal está
lá também, compro as paradas e saio fora rapidinho. Eu gosto do Seu Manoel,
pena que ele não pode escolher pra quem vai vender, até por que ele precisa
ganhar dinheiro... Mas é sinistro essa galera que só fica bebendo, nada haver.
Quando tá vazio até dou uma parada pra trocar uma ideia com ele, mas isso é tão
raro!
Deixei o leite e o pão na
cozinha. Peguei minhas chuteiras e meti o pé pra não me atrasar. Ouvi a mamãe
resmungando pra comer bolo e botar o casaco, maior sol lá fora, e eu nem estava
visando comer em casa, sou mais o Mc Donald’s do que o bolo. Coitadinha! Ela
sempre faz esse bolo, mas é que hoje estou com pressa mesmo!
O ônibus, pra variar, demorou
pra caramba! Já estava boladão! Cara, se houver trânsito, não vai nem dar pra
eu comer alguma coisa. Tenho até medo de passar mal no treino. Eu estava tão
ansioso que toda hora olhava no relógio, como se pudesse parar o tempo.
Finalmente desci do ônibus e
deu tempo de eu tirar um rango. Fui na lanchonete ali do lado, rezando pra
alguém me servir logo, por que eu não podia me atrasar. O pior de tudo é que o
único vendedor, naquela hora, era uma lesma! Acho até que estava fazendo de
propósito.
Ufa! Consegui chegar no clube
na hora! Perguntei para o porteiro se ele havia visto o Zé, meu amigo. Ele
disse que o Zé já tinha chegado e que devia estar no vestiário. Fui voando pra
lá, olhando para todos os lados, vendo se encontrava o Zé. Entro no vestiário e
só quem estava lá dentro era aquele faxineiro fofoqueiro que eu detesto. Tá
sempre rondando, parece um carrapato pegajoso!… E adora puxar o saco do
pessoal! Deve achar que vai levar uma graninha com isso. Mas aí que rolou a
parada, do nada, quando resolvi me trocar e procurar o Zé depois, o maluco
começou a gritar:
– Socorro! Ladrão! Pega
ladrão!
Nem sei qual foi, mas quando
fui ver ele estava apontando pra mim! Que sufoco! Me ferrei todo, mas consegui
provar que eu estava limpo.
Finalmente, o incidente saiu
melhor que a encomenda. Zico soube do ocorrido, e cada vez que me olhava
começava a rir, imaginando a situação. E foi assim que fui notado e consegui
ficar entre os escolhidos.
Autoria do texto desconhecida.
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