Discipulando – 4º. Ciclo: Portando uma nova identidade
Lição 11: Não julgue o próximo, para que não sejas julgado
Professoras e professores, observem estas orientações:
1 - Antes de abordar o tema da
aula, é interessante que vocês mantenham uma conversa informal e rápida com os
alunos:
- Cumprimentem os alunos.
- Dirijam-se aos alunos,
chamando-os pelo nome, para tanto é importante uma lista nominal para que vocês
possam memorizar.
- Perguntem como passaram a
semana.
- Escutem atentamente o que eles
falam.
- Observem se há alguém
necessitando de uma conversa e/ou oração.
- Verifiquem se há alunos
novatos e/ou visitantes e apresentem cada um.
2 - Este momento não é uma
mera formalidade, mas uma necessidade. Ao escutá-los, vocês estão criando
vínculo com os alunos, eles entendem que vocês também se importam com eles.
Outro fator importante para
estabelecer vínculos com os alunos é através das redes sociais, adicionem os
alunos e mantenham comunicação com eles.
3 - Após a chamada, solicitem
ao secretário da classe a relação dos alunos ausentes e procurem manter contato
com eles durante a semana, através de telefone ou email ou pelas redes sociais,
deixando uma mensagem “in box” dizendo que sentiu falta dele(a) na EBD).
Os alunos se sentirão
queridos, cuidados, perceberão que vocês sentem falta deles. Dessa forma, vocês
estarão estabelecendo vínculos afetivos com seus alunos.
4 – Escolham um momento da
aula, para mencionar os nomes dos alunos aniversariantes, parabenizando-os,
dando-lhes um abraço, oferecendo um versículo.
5 – Fazendo o que foi exposto
acima, somando-se a um professor motivado, associando a uma boa preparação de
aula, com participação dos alunos, vocês terão bons resultados! Experimentem!
6 – Agora, trabalhem o
conteúdo da lição. Vejam as sugestões abaixo:
- Apresentem o título da lição: Não julgue o
próximo, para que não sejas julgado.
- Para introduzir o estudo, utilizem a dinâmica “Não Julgue”.
- Trabalhem os pontos
levantados na lição, sempre de forma participativa e contextualizada.
Vocês já sabem que a aula
expositiva ou Preleção é um método que está centralizado na oralidade por parte
do professor. Entretanto, esta unilateralidade da exposição não é boa, tendo em
vista que somente o professor fala e os alunos escutam, escutam, escutam...
tendem a se dispersar e a aprendizagem fica comprometida.
Por isso, recomendo que vocês,
busquem a participação dos alunos nas aulas.
Para isso é importante que
você apresente estratégias que estimule a participação dos alunos, valorize o
conteúdo, reforce as aplicações e facilite a aprendizagem. Portanto, para não
perder de vista o alvo da lição, use a criatividade, apresente domínio da
matéria e observe se os alunos estão entendendo o assunto. Só assim você saberá
adaptar as sugestões apresentadas aqui.
Tenham uma excelente e produtiva aula!
Dinâmica: Não julgue
Objetivo:
Exemplificar através de uma história o mau
julgamento que fazemos dos outros.
07 pessoas para ler o relato sobre Miguel:
padeiro(Manoel), a mãe, o trocador do ônibus, o vendedor da lanchonete, o
porteiro, o faxineiro e Miguel
02 cópias do texto “O Caso de Miguel”(postado no
procedimento). O1 cópia deverá ser cortada, separando a fala de cada
personagem. A outra deve ficar com o professor.
01 quadro ou 01 cartolina
01 marcador para quadro branco ou um pincel atômico
Procedimento:
- Escolham 07 pessoas para ler o relato sobre
Miguel: padeiro(Manoel), a mãe, o trocador do ônibus, o vendedor da lanchonete,
o porteiro, o faxineiro e Miguel.
- Coloquem uma identificação em cada pessoa com o
nome do personagem que vai representar.
- Entreguem para cada personagem a parte do texto
que se refere ao que ele deve ler.
Estas partes devem estar numeradas de 01 a 07, para
que eles saibam qual sua vez de falar.
- Falem para a turma: Vamos escutar o que estas
pessoas pensam e falam sobre Miguel.
- Após o relato de cada personagem, perguntem para a
turma.
Quem é Miguel de acordo com o que acabamos de
escutar?
Miguel é muito problemático?
O que está acontecendo com Miguel?
- Façam um pequeno relato sobre quem é Miguel do
ponto de vista da turma, utilizando o quadro ou uma cartolina.
- Por fim, Miguel deve ler sua parte.
- Para concluir, perguntem:
Depois de apresentar a versão de Miguel para os
fatos, perguntem qual a razão das pessoas terem uma visão diferente de Miguel?
Aguardem as respostas.
- Depois, questionem: Nós também estamos julgando as
pessoas? Somos também julgados?
- Para finalizar, falem que é muito precipitado
julgar os outros pela aparência, pelas atitudes. A Bíblia condena esta prática.
Por Sulamita Macedo.
Texto de Reflexão da dinâmica
Caso Miguel
Relato do padeiro:
Esse menino não é muito certo da bola não. Ás vezes,
cumprimenta a gente, outras vezes parece que nunca me viu. Tem dias até que
puxa um dedinho de prosa comigo, e ainda faz comentários do jogo da véspera.
Quando procuro por ele, para continuar o assunto, já não está mais lá. Ontem
chegou aqui de cara amarrada, com os olhos vermelhos!…
Não sei, não!… Acho que ele se droga…
Pediu 1 litro de leite e 2 pãezinhos e se mandou.
Ele é muito esquisito!!! Coitada da mãe dele!!! Deve sofrer!!!
Relato da mãe:
Naquela manhã, Miguel acordou cedo, não quis tomar
café. Nem ligou para o bolo que eu havia feito especialmente para ele. Não quis
vestir o casaco que eu lhe dei. Disse que estava com pressa e reagiu com
impaciência aos meus pedidos para que se alimentasse e se agasalhasse! Ele
continua uma criança que precisa de cuidados o tempo todo. Ele já tem 14 anos,
mas não tem noção do que é bom para ele.
Relato do Trocador de Ônibus:
Naquela manhã de sábado, entrou no ônibus um rapaz
com toda a pinta de pivete. Cara fechada, de mal com o mundo, meio nervoso.
Fiquei de olho nele, esperando que assaltasse alguém. Levava uma sacola de
plástico com, provavelmente, aquilo que ele já havia roubado antes. Olhava o
tempo todo para o relógio, como se estivesse admirando o que roubou. Essa
juventude de hoje!!! O mundo está mesmo perdido!!! Fiquei aliviado quando ele
desceu, sem ter conseguido assaltar ninguém. Também pudera!!! Ele sentia que eu
estava o tempo todo de olho nele!!!
O vendedor da lanchonete:
Logo de manhã, apareceu um garoto quando ainda
estávamos abrindo a loja… Parecia um doido!! Queria, por que queria, que tudo
parasse e ele fosse logo atendido. Queria o hambúrguer para ontem!!! Ora,
bolas! Como se eu fosse o empregado dele! Não era muito normal, não! Ficava
andando de um lado para o outro, olhando o relógio, falando sozinho…!
O porteiro:
Esse garoto está sempre afobado! Fala com a gente e
mastiga o sanduíche ao mesmo tempo!! Engraçado que está sempre atrás do mesmo
garoto! “Cadê o Zé? Você viu o Zé? Pra onde foi o Zé?” Ihh, não sei não! Parece
coisa de boiola, sempre atrás de homem!
Relato do faxineiro:
Ah! Eu sabia! Não é de hoje que eu desconfiava desse
pilantra!! Peguei ele no flagra!!!
Desde que me falaram que tem gente roubando coisas
no vestiário, eu fiquei de olho, né? Ninguém presta atenção num faxineiro…
Então fica mais fácil, e não deu outra!
Como quem não quer nada, eu estava lá enrolando na
limpeza do vestiário, varrendo, mas prestando muita atenção no movimento. Foi
quando entrou aquele garoto, olhando para todos os lados, mais para ver se
alguém podia ver o que ele ia fazer… Para ele, eu não existia, seu olhar
passava direto por mim. Quando ele tirou as chuteiras roubadas do saco
plástico, eu não tive dúvida! Botei a boca no trombone, comecei a gritar!!!
Socorro, ladrão!! Pega ladrão, pega ladrão!!!
Versão do Miguel:
Eu só penso em futebol. Fico pensando, a semana
inteira, nas peladas do final de semana, nos treinos que eu assisto, do meu
timão do coração, lá na Gávea. Zico é o meu maior ídolo! Tu não sabe o que
aconteceu, ontem, lá na Gávea, meu amigo Zé veio me avisar que o próprio Zico
estaria lá, no dia seguinte, testando a galera para formar como jogador de
futebol no seu time. Fique logo bolado e lógico que eu queria ser testado
também, né!? Perguntei pro Zé se eu podia comparecer e ele disse que era só
chegar com chuteiras, (óbvio), cópia da certidão de nascimento e 1 retrato. E,
principalmente que chegasse na hora certa, sem me atrasar, por que o Zico é
rigoroso pacas quanto ao horário.
Meu irmão, nem dormi direito esta noite. Acho que
era ansiedade, dormi mal pra caramba!!! Fique só pensando, imagina, ver o Zico
de perto, jogar bola com ele, isso é meu sonho! Muito show, imagina só, você
não está entendendo, o Zico como meu treinador, isso é demais!
Ao me levantar, depois de uma noite horrível, fui
comprar o leite e o pão para a mamãe. Detesto chegar na birosca do Seu Manoel e
ver, sempre, aquela gente bebendo desde de manhã. Acho até que nem foram pra
casa dormir ainda! Quando eu chego lá e esse pessoal está lá também, compro as
paradas e saio fora rapidinho. Eu gosto do Seu Manoel, pena que ele não pode
escolher pra quem vai vender, até por que ele precisa ganhar dinheiro... Mas é
sinistro essa galera que só fica bebendo, nada haver. Quando tá vazio até dou
uma parada pra trocar uma ideia com ele, mas isso é tão raro!
Deixei o leite e o pão na cozinha. Peguei minhas
chuteiras e meti o pé pra não me atrasar. Ouvi a mamãe resmungando pra comer
bolo e botar o casaco, maior sol lá fora, e eu nem estava visando comer em
casa, sou mais o Mc Donald’s do que o bolo. Coitadinha! Ela sempre faz esse
bolo, mas é que hoje estou com pressa mesmo!
O ônibus, pra variar, demorou pra caramba! Já estava
boladão! Cara, se houver trânsito, não vai nem dar pra eu comer alguma coisa.
Tenho até medo de passar mal no treino. Eu estava tão ansioso que toda hora
olhava no relógio, como se pudesse parar o tempo.
Finalmente desci do ônibus e deu tempo de eu tirar
um rango. Fui na lanchonete ali do lado, rezando pra alguém me servir logo, por
que eu não podia me atrasar. O pior de tudo é que o único vendedor, naquela
hora, era uma lesma! Acho até que estava fazendo de propósito.
Ufa! Consegui chegar no clube na hora! Perguntei
para o porteiro se ele havia visto o Zé, meu amigo. Ele disse que o Zé já tinha
chegado e que devia estar no vestiário. Fui voando pra lá, olhando para todos
os lados, vendo se encontrava o Zé. Entro no vestiário e só quem estava lá
dentro era aquele faxineiro fofoqueiro que eu detesto. Tá sempre rondando, parece
um carrapato pegajoso!… E adora puxar o saco do pessoal! Deve achar que vai
levar uma graninha com isso. Mas aí que rolou a parada, do nada, quando resolvi
me trocar e procurar o Zé depois, o maluco começou a gritar:
– Socorro! Ladrão! Pega ladrão!
Nem sei qual foi, mas quando fui ver ele estava
apontando pra mim! Que sufoco! Me ferrei todo, mas consegui provar que eu
estava limpo.
Finalmente, o incidente saiu melhor que a encomenda.
Zico soube do ocorrido, e cada vez que me olhava começava a rir, imaginando a
situação. E foi assim que fui notado e consegui ficar entre os escolhidos.
Autoria do texto desconhecida.
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