Indicação de Leitura
Para a Lição 02 de Pré adolescentes: Fazendo a diferença
Leiam este texto sobre Bullying, no momento da
preparação da aula:
Bullying é um termo da língua inglesa (bully =
“valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou
físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são
exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de
intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se
defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
O bullying se divide em duas categorias: a)
bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b)
bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças,
tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima
teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da
violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer
em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como
escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de
trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a
ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam
a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença
ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no
bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande
maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se
tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre
uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os
alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de
medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying
podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a
adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair
comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas
que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o
relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por
outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com
baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e
possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com
alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do
bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras
com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais
– respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina
que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O
responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa
do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e
são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de
ensino/trabalho.
Orson Camargo
Colaborador
Brasil Escola, Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e
Política de São Paulo – FESPSP, Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual
de Campinas - UNICAMP
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